Febre Oroupoche Avança Pelo Brasil
- 30/07/2025

Até 2023, a febre oropouche era uma doença quase exclusiva dos estados da Região Amazônica, mas este ano, o Espírito Santo, a quase 3 mil km de distância se tornou recordista de casos com 6.318 registros. Pesquisadores tentam entender o que levou a doença a se espalhar pelo Brasil, e gestores de saúde pensam estratégias para controlar a oropouche em meio a uma população sem nenhuma imunidade prévia. Este ano, infecções por oropouche já foram confirmadas em 18 estados mais o Distrito Federal, somando 11.805 casos. Cinco pessoas morreram pela doença, 4 no Rio de Janeiro e 1 no Espírito Santo e há duas mortes sendo investigadas. Em praticamente todas as semanas, os casos deste ano superam os do ano passado, e a expectativa é que que a soma de 2025 seja superior à quantia de 13.856 registrada em 2024. O número de mortos já é superior. No ano passado, foram quatro: 2 na Bahia, 1 no Espírito Santo e 1 em Santa Catarina. A febre oropouche é causada por um vírus transmitido pelo mosquito Culicoidesparaensis, mais conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, incidente em todo o país. Ela causa sintomas semelhantes aos de outras doenças transmitidas por mosquitos, como dengue e chikungunya, principalmente febre e dor na cabeça, músculos e articulações.
A infecção também pode causar complicações na gravidez, incluindo microcefalia, malformações e óbito do feto, assim como o Zikavirus. Por isso, o Ministério da Saúde recomenda que as gestantes que vivem em áreas com registros da doença reforcem a proteção contra os mosquitos. Apesar da transmissão do vírus por via sexual ainda não ter sido comprovada, pessoas com sintomas também devem usar preservativo durante as relações sexuais como medida preventiva. Um estudo internacional recente analisou dados de seis países sulamericanos, incluindo o Brasil, e identificou que as variáveis climáticas, como as mudanças de padrão da temperatura e da chuva, foram os principais fatores de influência para a disseminação da oropouche, contribuindo com 60%. Por isso, os pesquisadores acreditam que eventos climáticos extremos, como o El Niño, provavelmente tiveram um papel fundamental no surto iniciado em 2023. O Ministério da Saúde reforçou o monitoramento dos casos de Oropouche e tem feito reuniões periódicas e visitas técnicas aos estados, para orientar as autoridades locais sobre as formas corretas de notificar, investigar e encerrar os casos suspeitos.